Capoeira

A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular e música.

Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando os pés, as mãos, a cabeça, os joelhos, cotovelos, elementos de acrobacia e golpes desferidos com bastões e facões, estes últimos provenientes do maculelê. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marciais é o fato de ser acompanhada por música.

A palavra capoeira é originária do tupi e refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil. Foi sugerido que a capoeira tenha obtido o nome a partir dos locais que cercavam as grandes propriedades rurais de base escravocrata e onde seria praticada pelos escravos.

Capoeira Angola

Capoeira tem suas raízes na Europa Central e do Oeste Africano culturas que foram trazidas para Brasil através do tráfico de escravos do Atlântico-Trans. Existem diversas teorias sobre as origens da arte. Um dos mais populares foi introduzida por Albano Neves e Sousa em 1965. Esta teoria foi posteriormente adoptado e desenvolvido por Luís da Câmara Cascudo em seu livro Folclore do Brasil em 1967.

A teoria diz respeito a uma prática conhecida como "N'Golo", ou a dança das zebras. Os movimentos do N'Golo imitou os movimentos de luta contra as zebras. A dança do N'Golo era praticado por guerreiros novos concorrentes para a mão de uma jovem mulher de idade marriagable em um rito conhecido como puberdade efundula. O grupo específico citado por Neves e Sousa foi o Mucupe (às vezes soletrado mucopes) no Sul de Angola. Quem teve um desempenho mais impressionante ganhou a noiva e foi dispensado de ter que pagar um dote.
No entanto a teoria sustenta que N'Golo no porto de Benguela, e também uma vez no Brasil, a dança desenvolveu-se um estilo pé-de combate que foi usado por ambos os bandidos e escravos para a defesa e ataque. O N'Golo e sua "cognatos são alegou ter sido usado pelos africanos e afro-brasileiros para manter-se espiritualmente e fisicamente sob circunstâncias difíceis da escravidão e da vida das plantações. Ela se desenvolveu principalmente em três lugares: Recife , Rio de Janeiro , e do estado da Bahia . Enquanto nos dois primeiros lugares, a Capoeira foi dito ser violento, e não tinha nenhuma música, na Bahia, tornou-se mais de um jogo ritualizado, com uma forte componente musical. Note-se que muito do que é conhecido do Rio de Janeiro capoeira no século 20 e início deriva apenas de relatórios policiais, o que naturalmente não incluía informação sobre se a capoeira no Rio foi feito para a música ou não. Várias ordens da polícia foram dadas à pesquisa capoeiristas carregando instrumentos, geralmente "marimbas", no entanto.

O estilo baiano do século 19 e início do século 20 se tornou o que hoje é referida apenas como Capoeira. O termo Capoeira Regional , por outro lado, foi originalmente popularizado por Mestre Bimba na década de 1930 em uma tentativa de diferenciar este novo estilo da velha forma de Capoeira Angola. Mestre Pastinha foi o Mestre fundador da primeira academia do Brasil reconhecido oficialmente capoeira Angola, o "Centro Esportivo de Capoeira Angola", que se originou em 1941 e ganhou o reconhecimento do governo em 1952. Este foi o início da domesticação da cultura de rua de Capoeira Angola.

Desde os anos 1960 a teoria N'Golo se tornou popular entre alguns praticantes de capoeira Angola, embora não seja aceite por todos os estudiosos da arte. discussão acadêmica considerável do N'Golo ocorreu. Alguns livros que se referem especificamente às origens da capoeira Angola e discutir a teoria N'Golo são: Nestor Capoeira 's:' Capoeira Raízes da luta-dança-jogo ', Waldeloir Rego é excelente: "Capoeira Angola Ensaio Sócio-Etnografico' ( em Português), Gerard Taylor estudo aprofundado de antecedentes Africano da capoeira: "Capoeira O Jogo de Angola, de Luanda ao Ciberespaço Volume One ',' Ring of Liberation" J. Lowell Lewis, "Matthias Röhrig Assunção Capoeira A História de um afro-brasileira Martial Art "e um texto interessante por, TJ Desch Obi em 'Central africanos e Cultural Transformações na diáspora americana" editado por Linda M. Heywood.

Enquanto muitos profissionais na Bahia utilizaram os seus conhecimentos de capoeira para lutar contra os elementos da Capoeira Angola pode ser praticado sem depender exclusivamente nos elementos marciais.

Desde o surgimento da Capoeira Regional, tal como praticada pelo grupo Senzala , no Rio de Janeiro (o nome veio de Mestre Bimba s da escola ', que originalmente ensinou o que era chamado de "Luta regional baiana" ou a "Luta Regional do Estado da Bahia") , a popularidade de Capoeira Angola caiu na cara dos mais tradicionais e muito mais estilo prático marciais. Capoeira Regional tornou-se popular em todo o Brasil na década de 1960 e 1970. Ela foi assumida por muitos, incluindo mestres do estilo Angola, que «Angola» estava vendo um lento deslizar para se tornar uma nota de rodapé histórica, que é o caso hoje em dia no Brasil, onde é mal praticado ou visto como "Capoeira de Gringo", como ela é muito mais praticada fora do Brasil, em seguida, no seu país de origem.

Capoeira Angola experimentou um ressurgimento que envolveu uma re-avaliação de uma forma diferente de Capoeira. Isso também pode ter sido porque a Capoeira começou a ser jogado fora do Brasil, onde um número maior de capoeiristas se interessou em Capoeira Angola é o estilo de jogo, embora seja diferente da Capoeira Regional, tornou-se muito técnica em alguns lugares. Este é um resultado natural de ter academias de capoeira (em Português, a palavra "academia" significa o mesmo que "ginásio", em Inglês - um lugar de exercício), e as aulas de Capoeira Angola, onde a formação continua.

Capoeira Regional

O jogo Regional, se caracteriza por ser jogado sob os toques da Capoeira Regional: São Bento Grande Regional, Idalina, Banguela, Amazonas, Iúna, segundo os princípios desenvolvidos pelo seu criador, Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba (1900-1947); quando Bimba começou a sentir que a "Capoeira Angola", que ele praticava e ensinou por um bom tempo, tinha se modificado, degenerou-se e passou a servir de "prato do dia" para "pseudo-capoeiristas", que a utilizavam unicamente para exibições em praças e, por possuir um número reduzido de golpes, deixava muito a desejar, em termos de luta. Aproveitou-se então do "Batuque" e da "Angola" e criou o que ele chamou de "Capoeira Regional", uma luta baiana. Possuidor de grande inteligência, exímio praticante da "Capoeira Angola" e muito íntimo dos golpes do "Batuque"(O Batuque, é uma luta braba, violenta, onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas) , intimidade esta adquirida com seu pai, um mestre nesse esporte, foi fácil para Bimba, com seu gênio criativo, "descobrir a Regional".

Não basta ser rápido qualquer toque para que se transforme em Regional o jogo. Tem regra. Tem jogo específico para os toques específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. Pode ser jogado na manha do toque da Banguela, que o Mestre criou para acalmar os ânimos. Mas tem que ser marcado, sincronizado no toque do berimbau único que segura a roda e dá o ritmo do jogo. Não tem que disparar apressado que não possa mais cantar. Pode ser manhoso também. Regional tem força, garra, ritmo e muita ciência também.

Maculele

O Maculelê é uma dança, um jogo de bastões remanescente dos antigos índios cucumbis. É o maculelê. Esta "dança de porrete" tem origem Afro-indígena, pois foi trazida pelos negros da África para cá e aqui foi mesclada com alguma coisa da cultura dos índios que aqui já viviam.
A característica principal desta dança é a batida dos porretes uns contra os outros em determinados trechos da música que é cantada acompanhada pela forte batida do atabaque. Esta batida é feita quando, no final de cada frase da música os dois dançarinos cruzam os porretes batendo-os dois a dois.
Os passos da dança se assemelham muito aos do frevo pernambucano, são saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, etc. As batidas não cobrem apenas os intervalos do canto, elas dão ritmo fundamental para a execução de muitos trejeitos de corpo dos dançarinos.
O maculelê tem muitos traços marcados que se assemelham a outras danças tradicionais do Brasil como o Moçambique de São Paulo, a Cana-verde de Vassouras-RJ, o Bate-pau de Mato Grosso, o Tudundun do Pará, o Frevo de Pernambuco, etc.

Se formos olhar pelo lado do conceito de que maculelê é a dança do canavial, teremos um outro conceito que diria ser esta uma dança que os escravos praticavam no meio dos canaviais, com cepos de cana nas mãos para extravasar todo o ódio que sentiam pelas atrocidades dos feitores. Eles diziam que era dança, mas na verdade era mais uma forma de luta contra os horrores da escravidão e do cativeiro. Os cepos de cana substituíam as armas que eles não podiam ter e/ou pedaços de pau que por ventura não encontra ssem na hora.

Enquanto "brincavam" com os cepos de cana no meio do canavial, os negros cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém, eles as cantavam nos dialetos que troxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras. Assim como a "brin cadeira de Angola" camuflou a periculosidade dos movimentos da capoeira, a dança do maculelê também era uma maneira de esconder os perigos das porretadas desta dança.

Uma outra versão diz que para se safarem das chibatadas dos feitores e capatazes dos engenhos, os negros dos canaviais se defendiam com pedaços de pau e facões. Aos golpes e investidas dos feitores contra os negros, estes se defendiam com largas cruzada s de pernas e fortes porretadas que atingiam principalmente a cabeça ou as pernas dos feitores de acordo com o abaixar e levantar do negro com os porretes em punho.

Além desta defesa, os negros pulavam de um lado pro outro dificultando o assédio do feitor . Para as lutas travadas durante o dia, os negros treinavam durante a noite nos terreiros das senzalas com paus em chama que retiravam das fogueiras, trazendo ainda mais perigo para o agressor.

Atualmente a dança do maculelê é muito praticada para ser admirada. É parte certa na apresentação de grupos de capoeira e em eventos realizados como formaturas, encontros, batizados, etc.

É fundamental se preservar a dança do maculelê, ensiná-la com destreza e capacidade aos alunos para que eles possam eventualmente fazer belas apresentações. É maravilhoso podermos ver um Maculelê bem feito, dançado por belas garotas vestidas a caráter ou por rapazes negros, fortes e raçudos. O maculelê pode ser feito com porretes de pau, facões ou facas, mas, alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dan çarinos. É um espetáculo perigoso, pois corre-se o risco de se queimar. Porém, é uma das coisas mais bonitas de se ver. 

Exige muita habilidade dos dançarinos.

Puxada de Rede

A peça retratada na puxada de rede, conta a história de um pescador que ao sair para o mar para fazer o sustento da família, em plena noite, despede-se de sua mulher que acaba por ter um mau pressentimento. Preocupada com a partida do marido ela o assusta dizendo dos perigos de sair à noite, mas o pescador sai e a deixa chorando e os filhos assustados.

Mesmo assim o pescador sai para o mar e leva consigo uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, seus companheiros e a benção de Deus. Muito antes do horário previsto para a volta dos pescadores, que seria às cinco horas da manhã, a mulher do pescador, que ficou na praia esperando a hora do arrasto, teve uma triste visão: ela vê o barco voltando com todos à bordo muito triste e alguns chorando.

Na manhã seguinte, quando os pescadores desembarcam, ela dá falta do marido e os pescadores dizem que ele caiu no mar por conta de um descuido e, devido à escuridão da noite, não foi possível encontrá-lo, ficando ele perdido na imensidão das águas.

Ao amanhecer, quando foram fazer o arrasto na praia, já com o dia claro, todos viram no meio dos poucos peixes que vieram, o corpo do pescador desaparecido. A tristeza foi instantânea e o desespero tomou conta de todos ali presentes.

Prosseguem-se então os rituais fúnebres do pescador, sendo levado à sua morada eterna pelos amigos que estavam com ele no mar. Seu corpo segue carregado nos ombros, pois a situação financeira não comportaria a compra de uma urna. O cortejo segue pela praia.

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